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Posts Tagged ‘Gêmeos Siameses’

Em 1811, no antigo Reino do Sião, atual Tailândia, nasceram os gêmeos Chang e Eng. Colados um ao outro, dividiam além da mesma data de nascimento, o mesmo umbigo e o mesmo fígado. Chegaram a ser condenados à execução pelo rei. Porém, o sucessor do antigo rei encantou-se tanto por eles que os tornou atração da corte, em Bangcoc.

Com o sucesso foram para os EUA. E, sob a alcunha de “double-boys”, percorrem a América expondo-se em circos. Lá apaixonaram-se por duas irmãs, Adelaide e Sarah, casaram-se e tiveram incríveis 21 filhos. Dividiram o tempo e a paciência na criação dos filhos e na atenção às duas famílias.

Embora fossem bastante diferentes quanto à personalidade, um era beberrão e temperamental, enquanto o outro era mais tranquilo e calado, aturaram-se até 1874. Quando, aos 63 anos, Chang sofreu um derrame e morreu. Duas horas depois, provavelmente de choque, Eng também veio a falecer.

Agora, mais de 100 anos depois de suas mortes, um molde de gesso de seus corpos e o fígado que compartilhavam estão expostos no Museu Mütter, na Filadélfia (EUA), dividindo o espaço com mais uma série de outras curiosas atrações médicas. Mas o que mais ficou de marcante deles foi o termo cunhado para designar gêmeos que compartilham a mesma anomalia: “gêmeos siameses”. Muito mais simples do que o complicado “gêmeos xifópagos”.

A Cia das Letras lançou em 2001 a tradução do romance Chang e Eng, de Darin Strauss. Valendo-se da ficção, o autor reconta a curiosa e controversa história dos irmãos. E com sensibilidade e uma boa narrativa, ele leva-nos a pensar sobre a vida fisicamente conjugada de duas pessoas distintas, com pensamentos, ideias, vontades e necessidades distintas. Um inusitado e interessante relato de duas vidas em um corpo, que vale a pena ser lido.

Chang e Eng, de Darin Strauss. Cia das Letras (2001), 424 pág., R$ 57,50.

Ainda dentro do mesmo tema – irmãos siameses -, vale a pena também assistir ao breve documentário das irmãs Abigail e Brittany Hensel. Elas são duas adolescentes americanas que compartilham o mesmo corpo: dois braços, duas pernas e um tronco unindo as suas cabeças. O curioso é que cada uma controla um lado do corpo, mas mesmo assim conseguem desempenhar tarefas como dirigir, jogar vôlei e andar normalmente. Tudo isso numa coordenada sincronia, pois elas não tem as sensações do lado controlado pela outra.

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